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Como
previnir e tratar os problemas
mais
comuns da amamentação
Existem
alguns problemas que são comuns durante a amamentação,
principalmente nos primeiros dias. Tais problemas ocorrem devido a fatores
que envolvem a mãe, a criança e bem como o ambiente em que
ambas estão inseridas.
1. PROBLEMAS RELACIONADOS
À MAMA
FISSURAS DO MAMILO
(bico do peito rachado):
As fissuras do mamilo ocorrem no seio despreparado,
devido à má posição da criança no momento
da mamada e, principalmente, devido à técnica incorreta de
sucção.
Conduta :
Para evitar a fissura :
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A mãe deve preparar a mama durante
o pré-natal utilizando estratégias para o fortalecimento
dos tecidos areolar e mamilar, tais como: banho de sol nos seios, fricção
de toalha, utilização de sutiã de algodão com
orifício na região mamilar, passar uma bucha (sem sabão)
nos seios no momento do banho.
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É comum as mães passarem cremes
hidratantes no seio para prevenir estrias. CUIDADO! Passe no "seio" e não
no mamilo. O uso de cremes poderá amenizar o aparecimento de estrias
mas seu efeito sobre o mamilo será deixar a pele mais fina favorecendo
o aparecimento de fissuras.
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A posição adequada da criança
no momento da mamada é fundamental para o não aparecimento
de fissuras.
Veja como posicionar a criança
corretamente no momento da mamada :
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Segure o seio posicionando a mão em
forma de "C" (observe a figura). E após a criança começar
a mamar deixe o seio livre.
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Observe que o corpo da criança está
de frente para o corpo da mãe estando com a barriguinha encostada
na barriga da mãe.
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A criança deve por na boca o máximo
de aréola possível. Se a criança colocar apenas o
"bico" do peito na boca não sairá leite suficiente e o bebê
poderá ficar irritado, adormecer devido ao cansaço de sugar
e acordar logo depois devido à fome. O maior tempo do bebê
no seio realizando sucção inadequada ocasionará fissuras.
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Não se preocupe com a respiração
do bebê. Não aperte o seio para livrar o nariz do bebê
pois você estará dificultando a saída do leite pelos
ductos mamários. O bebê possui o reflexo de jogar a cabecinha
para trás quando sentir-se sufocado ou mesmo quando já estiver
satisfeito.
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O aparecimento de fissuras não significa
interromper a amamentação. As fissuras causam dor mas não
impedem que a mãe continue a amamentar seu bebê, até
mesmo por que elas cicatrizam rapidamente se a mãe tomar as devidas
providências.
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Para tratar da fissura:
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A mãe deve corrijir a posição
da mamada, seguindo as orientações citadas anteriormente.
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Os mamilos devem ser lavados apenas uma vez
ao dia, no momento do banho, e deve-se usar pouco ou nenhum sabão.
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A mãe deve expor os mamilos ao ar e
ao sol tanto quanto possível no intervalo das mamadas, ou dar banho
de luz com lâmpadas de 40 watts, colocada a um palmo de distância
da mama 10 minutos de cada lado, 3 x dia.
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Lavar os mamilos com o próprio leite
materno após as mamadas, pois o leite materno possui efeito cicatrizante.
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A mãe deve mudar a posição
costumeira, colocando a criança numa posição diferente
para mamar.
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Nos casos graves, dependendo da extensão
da fissura, a mãe deve suspender a sucção direta ao
seio por um período de 24 a 48 hs, ordenhar a mama e oferecer o
leite na colherinha ou conta-gota.
O uso tópico de pomadas cicatrizantes
as vezes é indicado.No entanto, no momento da mamada deve-se lavar
o seio retirando-se toda a pomada.
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INGURGITAMENTO
MAMÁRIO (peitos muito cheios e doloridos):
O ingurgitamento mamário, consiste em parte no aumento da quantidade
de sangue e fluídos nos tecidos que suportam a mama (congestão
vascular) e de certa quantidade de leite que fica retido na glândula
mamária.
Quando isto ocorre, as duas mamas ficam inchadas (aumentam de volume, dolorosas,
quentes, vermelhas, brilhantes e tensas por causa do edema (líquido)
nos tecidos. A mãe queixa-se de dor principalmente na axila e pode
ter febre.
O ingurgitamento geralmente ocorre alguns dias (2 a 5) após o nascimento
(na apojadura) ou em qualquer outra época durante a amamentação,
todavia, é mais difícil de acontecer em hospitais onde há
alojamento conjunto e sistema de livre demanda precoce.
Conduta:
Para evitar o ingurgitamento:
As mães devem amamentar no sistema
de livre demanda logo após o parto e verificar se a criança
mama em boa posição desde o primeiro dia.
Para tratar o ingurgitamento:
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A criança precisa continuar sugando.
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Quando a criança estiver satisfeita
e os seios ainda estiverem muito cheios a mãe deve retirar o leite
por expressão manual. Atualmente existem os bancos de leite materno
e as mães que produzem bastante leite podem doar o leite em excesso
para ajudar outras crianças que não podem mamar no seio de
suas mães.
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O uso de um sutiã firme e confortável
pode tornar o ingurgitamento menos doloroso
Fazer compressas geladas ou quentes sobre
o seio por 20 min. Alternadamente às compressas deve-se fazer massagens
com movimentos circulares que começam no mamilo e vão se
estendendo vagarosamente para o restante do seio. Desta forma, o leite
irá saindo lentamente e aliviará a dor. Mantenha essas condutas
até que o ingurgitamento desapareça.
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MASTITE (inflamação
da mama):
O ingurgitamento mal tratado pode facilitar o início da mastite,
que é facilmente diagnosticado: mamas quentes, febre, dor a palpação
e podendo existir pus.
O mastite é mais freqüente na 2ª e 3ª semanas depois
do parto. A mãe deverá descansar por mais tempo. Deverá
tirar uma licença de seu emprego. Se continuar a trabalhar a infecção
poderá retornar.
Conduta:
Para
evitar a mastite:
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As mães devem amamentar no sistema
de livre demanda, e se certificar que o bebê está em posição
adequada.
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Se o bebê não esvaziar a mama,
complete com auto-ordenha, ou solicite colaboração para o
esvaziamento por ordenha.
Para tratar
a mastite:
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Aplique compressas úmidas mornas sobre
a área afetada; antes de cada mamada e se for necessário
também nos intervalos, até sentir alívio (5 a 10 min.)
amamente até esvaziar a mama e massageie delicadamente, com movimentos
circulares, as áreas afetadas enquanto estiver amamentando.
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Se necessário, o médico pode
prescrever o uso de analgésico antes de proceder à auto-ordenha.
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Deve-se usar um sutiã que sustente
bem a base da mama mas que não a aperte.
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Se houver demora no início do tratamento,
pode se formar um abcesso mamário e, neste caso, a amamentação
deve ser suspensa na mama afetada e a mãe deve ser encaminhada para
a drenagem.
Após o tratamento, pode-se retomar
a amamentação nos dois seios.
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DUCTO BLOQUEADO
(leite empedrado):
Essa situação é provocada pelo esvaziamento incompleto
de um ou mais canais. Neste caso, o leite não drena porque está
endurecido e, desta forma, bloqueia a passagem do leite pelos ductos. Uma
"tumoração" dolorosa se forma na mama.
A causa exata do ducto bloqueado não está clara, mas pode
ser resultado de roupa apertada, ou porque a posição da criança
não permite a mesma sugar eficientemente aquela parte da mama.
Um "tabu" bastante comum entre as mães é que a criança
não pode "arrotar" no seio porque o leite "pedra". Esta afirmação
não é verdadeira. O fato da criança arrotar no seio
não ocasionará o "empedramento do leite", ou seja, o bloqueio
dos ductos mamários.
Conduta:
Para evitar o ducto bloqueado:
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As mães devem conhecer, durante o pré-natal,
as técnicas de posição e pega de amamentação.
O bebê deve sugar até o completo
esvaziamento da mama, caso isto não ocorra, proceder a ordenha manual.
Para tratar:
A mãe deve se certificar que a posiçção da
mamada está adequada para o bebê.
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A mãe deve variar a posição
para amamentar de tal modo que o leite seja retirado de todos os segmentos
da mama.
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A criança deve mamar freqüentemente
do lado afetado.
A mãe deve massagear delicadamente
com movimentos circulares a parte afetada. A massagem deve começar
no mamilo e se distanciar vagarosamente para o restante do seio.
Fonte : Aleitamento
On-line
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Andréa
Karla de Lima Alves
Nutricionista
Pesquisadora Associada do
NIB/UNICAMP
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