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Dietas
não usuais : naturalismo, vegetarianismo,
alimentação
alternativa e macrobiótica
Os
hábitos e padrões alimentares refletem a adaptação
dos diferentes povos do mundo às condições sócio-econômicas,
geográficas e culturais. Dentre estes distintos padrões,
destacam-se as dietas não usuais que são divulgadas pela
mídia e usadas indiscriminadamente sem o conhecimento de suas vantagens
e desvantagens, sobre o ponto de vista da Ciência da Nutrição.
As principais dietas não convencionais
abordadas pela literatura são: naturalismo, vegetarianismo, macrobiótica
e alimentação alternativa, as quais possuem características
específicas e produzem diferentes repercussões sobre o organismo
humano.
As correntes naturalísticas se caracterizam
pela ênfase de tratar o corpo e o espírito, no entanto, legalmente
não há definição para "produtos naturais" e
muitos alimentos considerados "naturais" possuem substâncias químicas
associadas. Em geral, observa-se o preconceito contra alimentos refinados
e a supervalorização do uso de determinados vegetais devido
a possíveis poderes miraculosos.
As dietas vegetarianas são caracterizadas
pela exclusão do consumo de carnes, no entanto, pode-se observar
ou não o consumo de leite e ovos. Devido a estas variações
considera-se três tipos distintos de dietas vegetarianas: estrita
ou pura (com exclusão total de alimentos de origem animal), lacto-vegetariana
(que inclui leite e produtos lácteos), e a ovo-lacto-vegetaria (que
apresenta o consumo de ovos, leite e derivados).
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A macrobiótica representa uma filosofia
de vida que visa o equilíbrio de forças opostas Yin (-) e
Yang (+). Este equilíbrio também deve estar presente na alimentação,
onde busca-se manter a relação de 5 alimentos Yin (-) para
1 alimento Yang (+). Outros fatores como a temperatura e material dos utensílios
de cozinha também são considerados nesta relação
de forças. Em geral, os cereais são considerados bem equilibrados,
sendo o arroz integral considerado perfeito. A água e os líquidos
são restritos nesta dieta.
A alimentação alternativa
possui como princípio básico a diversidade e complementariedade
de alimentos, visando uma alternativa de baixo custo, preparo rápido
e paladar regionalizado. Os principais alimentos ou produtos utilizados
para complementar a dieta convencional são: pós (casca de
ovo, folha de mandioca, semente de abóbora), farelos (trigo, arroz,
milho), farinhas torradas, raízes, tubérculos e leite em
pó. Observa-se também o uso de multimisturas, que utilizam
os produtos citados acima em quantidades variadas; bem como o estímulo
ao uso de vegetais que antigamente faziam parte do hábito alimentar
regional (taioba, serralha, caruru, espinafre, folha de batata doce).
O uso aleatório de dietas não
usuais podem causar danos à saúde, como por exemplo: deficiência
de vitaminas e minerais que podem interferir nas principais funções
do organismo; baixa ingestão de calorias ocasionando um déficit
de crescimento em crianças ou adolescentes; restrição
hídrica que pode favorecer uma disfunção renal.
Em suma, a utilização destas
correntes alimentares devem passar por reflexões sérias,
considerando todos os fatores relacionados, inclusive os valores religiosos
e simbólicos atribuídos aos alimentos. Destaca-se que o profissional
nutricionista tem o papel fundamental de orientar os indivíduos
quanto à seleção de alimentos, bem como de enfatizar
as conseqüências da exclusão ou supervalorização
de determinados alimentos.
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