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Atleta
2000
Desde
a Grécia, o homem vem dedicando parte do seu tempo às atividades
físicas. No entanto, somente a partir deste último século,
os fatores ambientais, que poderiam modificar sua capacidade física,
passaram a ser alvo de suas preocupações. Dentre outros fatores,
a dieta passou a representar umas das principais intervenções
capazes de aumentar a performance do atleta.
Diante da grande variabilidade das modalidades de atividade física,
das características individuais e do meio em que os atletas estão
envolvidos, torna-se problemática a determinação das
necessidades nutricionais dos mesmos.
Apesar destas observações, diversas pesquisas contribuem
para algumas conclusões:
Sabendo-se que as reservas de glicogênio hepático e muscular
representam combustível de primeira linha e o aumento de suas reservas
orgânicas é possível, contribuindo para uma melhor
rendimento físico, muitas investigações foram voltadas
aos carboidratos. Atualmente, recomenda-se um consumo de 55% a 60% de carboidratos
complexos para desportistas e até 75% para atletas submetidos a
atividades de longa duração e alto desgaste. |
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Outros nutrientes importantes são os lipídeos (gorduras),
que apesar de serem a principal fonte energética não há
indicação que elevada suplementação deste nutriente
melhore a performance do atleta. Todavia, recomenda-se que o atleta consuma
o mesmo que o adulto normal: £
30% de lipídeos, divididos, preferencialmente, entre saturados (carnes
em geral, leite integral, manteiga), monoinsaturados (azeite de oliva,
abacate, óleo de canola) e polinsaturados (óleo de milho,
óleo de soja).
Em paralelo, as proteínas, apesar de serem elementos essenciais
à contração muscular, elevadas ingestões não
melhoram a resitência física. Recomenda-se, segundo a RDA
(1989), a ingestão diária de 0.8g de proteína por
cada Kg de peso corporal. Porém, a prática tem demonstrado
que o balanço nitrogenado é somente adquirido com ingestão
de 1g/Kg/dia. Isto representa cerca de 12% da dieta do atleta.
Como visto, o balanço dietético do atleta é de fundametal
importância, pois contribuirá para o fornecimento de energia
necessária para o início das atividades e a manutenção
de exercícios de média e longa duração.
Além dos nutrientes diretamente envolvidos com a liberação
de energia, a água, as vitaminas e os minerais são também
essenciais para a homeostase (equilíbrio do organismo) do atleta
e a ativação das vias metabólicas geradoras de energia.
A água é responsável pela circulação
sanguínea, pela termoregulação e pela eliminação
dos resíduos metabólicos. Durante a atividade física,
a cada 1% de perda de peso corporal a temperatura eleva-se 0.5ºC.
A perda de eletrólitos, também ocorre, podendo deixar o meio
hipertônico e conseqüentemente poderá levar a um estresse
renal. Para contornar os danos, é necessário a reposição
hídrica, que deve obedecer alguns critérios como volume (100mL
a 200mL), frequência (15min a 20min) e temperatura (6ºC
a 16ºC).
Além das recomendações de nutrientes e água
para bom desempenho físico, há uma preocupação
na reposição das vitaminas e minerais com potencial antioxidante.
O Comitê Olímpico Americano e Europeu são favoráveis
a ação benéfica dos antioxidantes em combate a ação
dos radicais livres e a prevenção de patologias associadas
ao atletismo e possivelmente, a elevada produção de radicais
livres.
Na tentativa de superar seus próprios limites, muitos atletas usam
antioxidantes e outros nutrientes quase sempre em concentrações
próximas aos de toxicidade. Desta maneira, os atletas podem sofrer
danos físicos irreversíveis.
Neste sentido, um bom treinamento físico, seguido de orientações
de um educador físico e nutricional, com esquemas dietéticos
específicos recomendados por nutricionistas, são necessários
para que os atletas do ano 2000 confirmem o conceito, de que nutrição,
saúde e esporte é conquista de vida.
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